O que faz um médico urologista?

O médico urologista é um especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento das doenças do trato genito-urinário.

O aparelho genito-urinário é composto por órgãos que são responsáveis pelo sistema de filtração do corpo (rim, ureter e bexiga) e pelo sistema reprodutivo (vesículas seminais, próstata, testículos e pênis).

O urologista trata do sistema reprodutivo masculino, enquanto o ginecologista trata do sistema reprodutivo feminino.

Muitos pacientes não sabem a diferença entre um urolologista e um nefrologista. O nefrologista cuida de doenças renais relacionadas a problemas no mecanismo microscópico de filtração do rim, enquanto o urologista cuida das doenças renais relacionadas ao processo de condução e eliminação da urina.

Há ainda um grupo de doenças que geram ainda mais dúvidas: as anorretais. Esse grupo de doenças é caracterizado principalmente pela existência de hemorroidas. Nestes casos, o paciente deve ser diagnosticado, tratado e acompanhado por um proctologista.

Impotência Sexual

Impotência Sexual

Principais causas da impotência sexual

A disfunção erétil, também conhecida como impotência sexual, é a incapacidade e dificuldade em ter ou manter uma ereção do pênis que permita o contato íntimo. Assim, o homem pode ter um problema quando esta dificuldade acontece em pelo menos 50% das tentativas de contato sexual, quando a ereção não é suficientemente rígida para a penetração. Este problema pode ser tratado de forma conservadora através da utilização de injeção intra-peniana ou medicamentos classificados como inibidores da fosfodiesterase – 5  tipo sildenafila e tadalafila, conhecido comercialmente  e respectivamente como Viagra e Cialis,  ou através de cirurgia para implante de prótese peniana.

A disfunção erétil afeta, na sua maioria, homens entre os 50 e os 80 anos. Além de prejudicar a saúde sexual e íntima do homem, a impotência pode trazer problemas psicológicos como a depressão, contribuindo de forma muito significativa para a diminuição da qualidade de vida do indivíduo, da família e impactando os relacionamentos.

Algumas causas muito comuns levam o homem a apresentar problemas de disfunção erétil, como:

  • Uso de drogas;
  • Alcoolismo;
  • Obesidade;
  • Uso excessivo de certos medicamentos como anti-hipertensivos, antidepressivos e antipsicóticos por exemplo;
  • Problemas psicológicos como depressão, traumas, medo, insatisfação ou diminuição da líbido;
  • Doenças crônicas, como insuficiência renal ou diabetes.

O tabagismo é, sobremaneira, uma das principais causas da disfunção erétil, pois o uso regular do cigarro reduz o fluxo de sangue no órgão sexual, podendo dificultar a ereção ou impedi-la completamente.

Sintomas

Alguns dos principais sintomas da impotência incluem:

  • Dificuldade para conseguir ou para manter uma ereção;
  • Ereção menos rígida e mais flácida;
  • Redução do tamanho do órgão sexual;
  • Mais tempo para atingir a ereção;
  • Dificuldade em manter contato íntimo em algumas posições sexuais;
  • Maior esforço e concentração para manter a ereção;
  • Diminuição dos pelos no corpo;
  • Diminuição do número de ereções espontâneas ao acordar;
  • Ejaculação mais rápida que o habitual;
  • Alterações ou deformação no órgão genital;
  • Doença vascular periférica que dificulta a passagem de sangue para os membros inferiores do corpo, como pernas, pés e órgão sexual.

Diagnóstico

Para fazer o diagnóstico da impotência sexuall, o urologista especialista fará um registo detalhado de todas as dificuldades sentidas durante o contato íntimo, além de reunir informações sobre outras possíveis causas, como depressão ou uso de drogas, que possam estar presentes na origem do problema. Além disso, o médico faz um exame físico observando a existência de deformidades no órgão genital, doenças na próstata, sinais de hipogonadismo ou de doenças cardiovasculares  e de problemas neurológicos.

Quando necessário, o urologista deve solicitar a realização de exames de laboratório para avaliação dos níveis hormonais, de lípídos e açúcares no organismo – esses valores podem auxiliar na identificação do possível problema.

Tratamento

A impotência sexual é tratada de diferentes formas, a depender da sua causa. Assim, algumas das opções de tratamento existentes são:

  • Uso de remédios como Udenafila (Zydena), Sildenafila (Viagra), Tadalafila (Cialis) ou Vardenafila (Levitra), Apomorfina, ou Alprostadil que ajudam na ereção.
  • Terapia de reposição com hormônios em cápsulas, adesivos ou injeções que aumentam os níveis de testosterona;
  • Uso de aparelhos de vácuo que favorecem a ereção e são especialmente aconselhados para homens que não podem fazer o tratamento com remédios;
  • Cirurgia para implantação de próteses penianas que são usadas apenas em último recurso apenas quando todos os restantes tratamentos não tiveram sucesso.

Além dos tratamentos referidos, o aconselhamento com um psicólogo ou psiquiatra e a terapia de casal são também muito importantes e indicadas em algumas situações, pois ajudam o indivíduo a lidar com as questões sociais e de relacionamento intrínsecas. Lidar de forma concreta, positiva e coerente com os medos e inseguranças que possam existir é fundamental para a eficácia dos tratamentos. A psicoterapia também é indicada para ajudar a tratar o estresse, ansiedade e a depressão.

Câncer de próstata

Câncer de próstata

Visão Geral

O câncer de próstata ocorre na glândula localizada na região pélvica do homem, apresentado um formato semelhante a de uma noz. Situa-se logo abaixo da bexiga e a frente do reto. É atravessada pela uretra, canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis.

Quanto mais avançado é um tumor maior a agressividade na sua apresentação, já que estas células cancerígenas, com grande índice de mutação, se multiplicam mais velozmente que as células normais da próstata.

As células neoplásicas têm a capacidade de invadir os tecidos e se disseminam por órgãos distantes, seja por via linfática (comprometendo os gânglios) ou sanguínea (principalmente os ossos).

O câncer de próstata é um tumor que acomete homens maduros e pode ser curado quando ainda está localizado. Se identificado já em estádio avançado, o risco de sobrevida do paciente é muito menor. Portanto, o diagnóstico precoce é fundamental no controle e cura da doença.

Fatores de Risco

Antecedente familiar assume grande importância – um paciente cujo pai, avô ou tio tiveram câncer de próstata possui o dobro de risco de desenvolver a doença quando comparada ao restante da população geral. O risco é ainda maior para os homens que têm um irmão com a doença. Se o paciente tiver menos de 65 anos e mais de um parente afetado pela doença, o risco aumenta de 6 a 11 vezes.

Pacientes com parentes do primeiro grau com câncer de próstata diagnosticados com menos de 55 anos podem ser portadores de câncer de próstata hereditário (menos de 2% dos casos). Por isso, é fundamental manter o calendário anual de visitas ao urologista.

Outros fatores de risco envolvem a alimentação (dieta rica em gordura e carne vermelha, pobre em legumes, vegetais e frutas), sedentarismo e obesidade (estes pacientes tem câncer de próstata mais agressivo), taxas de estrogênio (quanto maior a taxa, maior o risco), etnia (negros têm maior incidência, enquanto descendentes asiáticos apresentam menor), região onde se vive (americanos têm mais câncer de próstata que asiáticos), nível de poluição ambiental, assim como contato com derivados de borracha e substâncias como ferro, cromo, chumbo e cádmio.

Atualmente tem se valorizado o valor do PSA para predizer a chance de câncer de próstata no futuro do paciente. Pacientes com PSA menor que 1 ng/ml tem chance menor que 5% de apresentarem câncer de próstata num seguimento de 10 anos.

Sintomas do câncer de próstata

Na fase inicial, a maioria dos pacientes não apresenta sintomas relevantes, mas podem apresentar sintomas relacionados a outra doença comum, que acompanha o envelhecimento do homem: a hiperplasia benigna da próstata. Estes sintomas são considerados de leve a moderada dificuldade miccional. Nenhuma anormalidade pode ser observada ao toque ou pode ser apresentado um nódulo endurecido na próstata.

Na doença avançada, podem ocorrer sintomas mais intensos obstrutivos miccionais causado pelo crescimento local do tumor com compressão da uretra prostática. Em alguns casos os sintomas são decorrentes da doença que está se espalhando pelo organismo, principalmente para os ossos ou pelo seu crescimento loco-regional, causando obstrução dos rins pela invasão dos ureteres.

Diagnóstico do câncer de próstata

Em homens acima de 50 anos, é imprescindível a realização do exame de toque retal e dosagem de uma proteína do sangue (PSA), por meio de exame de sangue, para o diagnóstico do câncer de próstata sem sintomas. O toque retal e a dosagem de PSA não dizem se o indivíduo tem câncer, eles apenas sugerem a necessidade ou não de realizar outros exames.

O toque retal identifica outros problemas além do câncer de próstata e é mais sensível em homens com algum tipo de sintoma. O PSA tende a aumentar de acordo com o avanço da idade. Cerca de 75-80% dos homens com aumento de PSA não têm câncer de próstata.

Cerca de 20% dos homens com câncer de próstata sintomático apresentam um PSA normal. Dependendo da região da próstata, o câncer também pode não ser palpável pelo toque retal. A melhor estratégia é realizar os dois exames, já que são complementares.

Pacientes considerados de alto risco (com parentes com câncer de próstata) devem realizar o primeiro exame aos 40 anos de idade. Atualmente, o paciente é aconselhado a realizar seus exames anualmente, tudo dependendo do toque e idade do paciente sob investigação clínica.

A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda realizar exame anual para homens a partir do 50 anos, aqueles com história de câncer de próstata na família (pai, irmãos, tios ) e/ou da raça negra devem iniciar essa avaliação aos 45 anos, devido ao maior risco associado.

Prevenção do câncer de próstata

Alguns médicos recomendam a realização do toque retal e da dosagem do PSA a todos os homens acima de 50 anos. Para aqueles com história familiar de câncer de próstata (pai ou irmão) antes dos 60 anos, os especialistas recomendam realizar esses exames a partir dos 40 anos. Entretanto, vale lembrar que somente o médico pode orientar quanto aos riscos e benefícios da realização desses exames. Não existem evidências de que a realização periódica do toque retal e dosagem de PSA em homens que não apresentem sintomas diminua a mortalidade por câncer de próstata.

Tratamento câncer de próstata

O tratamento padrão para o câncer de próstata é a prostatectomia radical, que consiste na retirada da próstata, das vesículas seminais e linfadenectomia ilíaco-obturadora bilateral.

A linfadenectomia estendida está indicada para pacientes considerados de risco intermediário e alto.

A prostatectomia radical tem por objetivo curar o paciente portador do câncer de próstata e além disso remover o câncer por completo.

A prostatectomia radical pode ser feita por via perineal, retropúbica, videolaparoscópica ou robótica. Todas podem ter resultados bons desde que seja aplicada a técnica operatória adequada.